Por Daniel Pascoal
Adriano Mendes conquistou o Mundo e a Europa com a Seleção Nacional de Andebol em Cadeira de Rodas, após superar um grave acidente aos 19 anos.
A Seleção Nacional de Andebol garantiu no domingo a sexta qualificação consecutiva para o Europeu, contra a Macedónia do Norte. Um jogo repleto de razões para se festejar, antes mesmo do apito final. No intervalo, foram homenageados os jogadores de outra seleção que marcou a história do desporto português, a de Andebol em Cadeira de Rodas, campeã da Europa e do Mundo em novembro do ano passado. Entre eles está o protagonista desta história: Adriano Azevedo Mendes, que nasceu em Vila Nova de Gaia, mas considera-se “um espinhense”.
Adriano foi um dos selecionados para representar o País no Europeu e no Mundial, pela primeira vez disputados em simultâneo. Foi em Leiria que conquistou o título duplo, após deixar escapar o Euro na final de 2019. “Fomos à Croácia e os árbitros não ajudaram”, diz o jogador de 42 anos, com bom-humor, ao relembrar os episódios de uma carreira inesperada.
Já no ano passado, Portugal não deixou fugir o primeiro lugar, frente aos Países Baixos, no último jogo (18-10).“É necessário sacrifício. Trabalhamos muito, mas no final o prémio compensa. Fomos muito superiores e foi notório que somos muito fortes na modalidade”, afirma Adriano, que começou a jogar pela APD (Associação Portuguesa de Deficientes) do Porto há oito anos, sendo que nos últimos quatro passou a integrar também a Seleção Nacional.
Hoje fala com orgulho do vasto palmarés que construiu. Das glórias que não imaginava nem em sonho. “Pensei que não poderia voltar a fazer desporto. Acreditei que o desporto não era para pessoas como eu. Nunca pensei em cantar o hino nacional [como jogador]”. Adriano não praticava andebol. Na adolescência jogava futebol, mas um grave acidente de mota mudou o rumo da sua vida. “Foi aos 19 anos. Sofri com infeções e só amputei a perna aos 32. Fiz 40 operações antes disso. Se soubesse, tinha retirado há mais tempo”, admite.
A Federação de Andebol de Portugal tem o desejo de ver a modalidade nos Jogos Paralímpicos. Adriano, com 42 anos e no ativo, continua a sonhar.
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