Revolução, mas sentado na cadeira

Em 1938, o clarinetista Benny Goodman e a sua big band introduziram um novo formato de concertos no jazz, ao atuarem no Carnegie Hall de Nova Iorque – um espaço de prestígio, pretensamente para classes médias letradas, em que a pista de dança dá lugar a um auditório com cadeiras. Herdeiro do jazz, o afrobeat sofre do mesmo celeuma: geneologicamente um género musical que apela à energia e à vitalidade própria das manifestações artísticas populares, encontra-se nos nossos dias, em muitos casos, encapsulado à segurança e à apatia burguesa metaforizada na sala de espetáculos que ganha em artifícios sonoplásticos o que perde em inquietação e atrito. Esta descrição pode aplicar-se ao concerto de Seun Kuti e a sua banda, os Egypt 80, que atuaram na passada sexta-feira no Auditório da Academia de Música de Espinho. Foi o quinto concerto da digressão, que já passou por Suíça, Finlândia e França. Não se pode dizer que Seun, um dos filhos do lendário Fela Kuti (nigeriano fundador do afrobeat), se tenha afastado do legado do seu progenitor.

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