O contrato-programa a celebrar entre o Município e a Feira Viva, Cultura e Desporto EM, SA para 2025 estabelece subsídio em cerca de 3 milhões de euros. O subsídio vai suportar o orçamento para 2025 em cerca de 10 milhões de euros, “o mais elevado de sempre”, disse a vereadora da Administração, Sónia Azevedo.
O assunto do Ordem do Dia, na última reunião de Câmara, dia 18 de novembro, passada segunda-feira, foi apresentado por Sónia Azevedo, vereadora da Administração, dada a impossibilidade de Amadeu Albergaria, presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o fazer.
“O Município vai atribuir um subsídio no valor de 2.825, 562€ que suportará o orçamento previsto para o próximo ano da Feira Viva. A empresa teve um decréscimo, face a 2024, em cerca de 69 mil euros”, disse a vereadora da Administração.
Segundo Sónia Azevedo, a empresa vai manter a gestão e exploração dos seus equipamentos. Este ano com a piscina municipal de Santa Maria da Feira, Lourosa, Fiães, Canedo, São João de Ver, o Pavilhão Fernando Quintino, a natação adaptada e o Europarque Running. Na educação ambiental mantem o Zoo Ornitológico de Lourosa, e no entretenimento os grandes eventos- Viagem Medieval, o Perlim, o Mercado de Natal e a loja da Vila da Feira. O centro de congressos do Europarque também continuará a ser gerido pela empresa.
“O subsídio vai suportar o orçamento para 2025 em cerca de 10 milhões de euros, o mais elevado de sempre. Reflete um aumento de 17%, face a 2024, em cerca de 1.43 milhões de euros”, esclareceu Sónia Azevedo, afirmando que o crescimento da Feira Viva é sustentado pelo aumento de receitas próprias, “estimando-se um aumento em 1,5 milhões de euros.”
Sérgio Cirino, vereador do Partido Socialista (PS), interveio para questionar acerca do contrato-programa estabelecido. A primeira dúvida recaiu sobre a isenção/desconto das piscinas para crianças com necessidades educativas especiais e pessoas com carências económicas, cujas questões estabeleceram-se no programa, no tipo de actividades e qual a periodicidade que dão.
Relativamente ao Parque Ornitológico de Lourosa, o pavilhão Lavandeira e a piscina de São João de Ver, o socialista afirmou que “gosta dos objectivos” [resultado líquido positivo], mas “até ser concretizável pode ser difícil”. “A ambição é boa, mas quando é desmesurada…”, responsabilizou Sérgio Cirino.
“A empresa tem eventos que atinge patamares elevados e de excelência e que muito nos apraz. Que continue a manter os resultados”, sublinhou o socialista, antes de alertar que “a empresa não deixa de ser municipal”, e face à expansão das actividades “houve um aumento que deixou de ser social”, como o Perlim, cuja pulseira para entrada são 16€.
Tendo em consideração o grande aumento de faturação e resultados que a empresa tem vindo a ter, “porque não diminui o subsídio à exploração de forma significativa?”, questionou o vereador do PS, ao fazer uma analogia entre o período antes da pandemia em que o Município transferiu à empresa municipal 1,7 milhões de euros, e “agora são transferidos cerca de 1,1 milhão de euros a mais”.
Sérgio Cirino trouxe, novamente, à discussão o projecto do “dia de Burgos” que nunca chegou a sair do papel. “Para mim não passou de uma desculpa esfarrapada [queda de pedras no castelo]. Seria um projecto transformador que ficou na gaveta. Podia implicar mais recursos, mas não aconteceu. Não temos um investimento da empresa a promover novos eventos”, referiu o vereador, sublinhando que a Feira Viva “mantem o que dá dinheiro e não investe”.
O socialista acrescentou ainda que “houve muitos eventos que os custos foram para a Câmara”, como o Imaginarius, em que a empresa municipal “não tinha receitas”, além de que “muitas vezes são necessárias limpezas e vai a concurso à Câmara”.
Leia o artigo na íntegra na edição nº397 do nosso jornal.