Em comunicado nas redes sociais a presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz disse ainda entender que o vereador que preside à concelhia do PS Luís Canelas “não deve continuar como vice-presidente da Câmara Municipal de Espinho”.
Na passada sexta-feira em comunicado nas redes sociais a presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz começou por aludir ao início do seu mandato e ao que constituiu a Operação Vórtex para o executivo que lidera e para o Município de Espinho. “Quando assumi a Presidência da Câmara Municipal de Espinho, em Janeiro de 2023, enfrentei o maior desafio da história recente do concelho.”, pode ler-se no comunicado. “(…) Assumi esta missão com determinação, sentido de responsabilidade e uma profunda dedicação a Espinho e aos Espinhenses.”, continuou.
Na nota divulgada nas redes socias a edil enumerou as consequências e o impacto do ocorrido no início de Janeiro de 2023, entre as quais, dirigentes afastados, serviços bloqueados, processos judiciais semanais, funcionários arguidos e um número incontável de baixas médicas. Disse que o seu objectivo “desde o primeiro dia” foi “evitar o colapso da Câmara Municipal em crise profunda, estabilizá-la e prepará-la para um futuro sustentável”. “Trabalhei com rigor, transparência e frontalidade para evitar o pior e, ao mesmo tempo, planeámos o caminho para a recuperação. Hoje, entramos em 2025 com a confiança de que Espinho está no rumo certo.”, garantiu.
Referindo-se à direcção nacional do Partido Socialista, partido pelo qual foi eleita à Câmara Municipal de Espinho disse “nunca ter recebido um único contacto”. “Nem uma mensagem, nem um telefonema, nem um gesto de apoio, apesar das dificuldades e desafios que enfrentámos.”, lamentou. Na mesma nota mencionou que “o silêncio absoluto” foi interrompido a “semana passada” quando foi convocada através de e-mail para uma reunião na sede nacional do PS.
Maria Manuel Cruz diz que nessa reunião [a 13 de Fevereiro] o Secretário-Geral do partido, Pedro Nuno Santos não esteve presente e que foi informada de que que o candidato do PS à Câmara Municipal de Espinho para as próximas eleições iria ser o Presidente da Comissão Política Concelhia do PS e atual vice-presidente da autarquia, Luís Canelas e “por ela indicado para esse cargo”.
No comunicado a presidente do executivo do Município de Espinho manifestou que perante a situação se sentiu desrespeitada e apontou “falta de transparência e frontalidade” em todo o processo. Por isso, teve que tomar uma decisão.
“Em democracia não podemos pactuar com manobras de bastidores, arranjos partidários e esquemas de poder que colocam interesses pessoais acima do bem-estar da população.”, lê-se no comunicado.
Dirigindo-se ao vice-presidente, Luís Canelas, a edil lamenta que este “não tenha tido a lisura de lhe comunicar pessoalmente a sua decisão, optando por um silêncio esclarecedor.” Antes de anunciar a decisão disse desejar de forma sincera “os resultados que da sua atitude advenham.”
Luís Canelas “respeita” e “aceita com serenidade” decisão de Maria Manuel Cruz
A reacção de Luís Canelas, vice-presidente da Câmara Municipal de Espinho ao comunicado da presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz surgiu no sábado dia 15 de Fevereiro.
Através das redes sociais Luís Canelas começou por dizer que o comunicado de Maria Manuel Cruz “exigia um esclarecimento claro e firme em nome da verdade e do respeito devido aos espinhenses”.
Disse que durante o seu mandato “manteve sempre o compromisso de trabalhar em equipa, ouvindo todas as partes e procurando o melhor para o concelho. Sempre exerci as minhas funções com responsabilidade, dedicação e respeito institucional, contribuindo para a estabilidade da governação municipal.”, pode ler-se na mesma nota.
Quanto à retirada dos pelouros pela presidente do executivo disse lamentar que tal tenha sucedido “sem qualquer diálogo prévio ou esclarecimento institucional”, mas, que apesar disso “é uma decisão que respeita”.
Luís Canelas acrescentou ainda que “aceitou com serenidade e continuará a desempenhar as suas funções com o mesmo sentido de dever e compromisso para com o Concelho de Espinho e os seus cidadãos.”
Em relação ao futuro remete a decisão dos possíveis candidatos para a Comissão Política Concelhia do PS. “Trata-se de um processo interno que seguirá os seus trâmites normais e será decidido pelos órgãos próprios do partido.”, lê-se no comunicado.
No final Luís Canelas refere que para ele o “assunto fica, assim, encerrado” assegurando que o seu foco está na cidade de Espinho e no seu futuro, bem como, nas pessoas e instituições.
PS Espinho surpreendido com declarações de Maria Manuel Cruz
Na passada sexta-feira (14) chegou à redação do Jornal N um comunicado do Partido Socialista (PS) de Espinho sobre as declarações da presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz que nesse mesmo dia, anunciou a retirada dos pelouros ao vice-presidente da Câmara Municipal de Espinho, Luís Canelas.
Através da nota de imprensa o PS Espinho manifestou “surpresa” ao conteúdo das declarações do edil espinhense referindo que desde o início de 2023 o PS “deu um apoio firme e incondicional a Maria Manuel Cruz, assegurando-lhe as condições necessárias para o exercício das suas funções.”, lê-se no comunicado.
O Partido Socialista destacou que “tomou e tomará sempre decisões políticas orientadas para o compromisso com o Concelho de Espinho e para com os cidadãos do concelho” garantindo que as suas escolhas “não se baseiam em preferências pessoais ou interesses partidários, mas sim, na busca pela eficiência, transparência, progresso e respeito pela população espinhense”.
No sábado (15) através de um comunicado a Federação Distrital de Aveiro do PS demonstrou-se “totalmente solidária” com o PS Espinho. Primeiramente, agradeceram a “dedicação e entrega” de Maria Manuel Cruz, no entanto, salientaram que a autarca “a partir deste momento, não merece a confiança política do PS”.
Leia o artigo na íntegra na edição nº406 do nosso jornal.