Operação Vórtex: Móveis de Miguel Reis foram o tema da sessão

Na passada quinta-feira, 24 de Outubro realizou-se a 5.ª sessão do julgamento da Operação Vórtex. O relógio marcava as 10h quando o empresário Francisco Pessegueiro continuou a prestar declarações. O foco da sessão foram sobretudo os móveis da casa de Miguel Reis, em Silvalde.  Francisco Pessegueiro assumiu ter ajudado junto do carpinteiro para que a execução dos móveis fosse mais rápida, mas negou que os pagou. A audiência da tarde foi adiada por não haver transporte para Paulo Malafaia se deslocar do estabelecimento prisional de Custóias para o Tribunal de Espinho.

O juiz Carlos Casas Azevedo começou por questionar Francisco Pessegueiro sobre como tudo tinha acontecido em relação ao mobiliário da casa de Miguel Reis. O empresário contou que recebeu uma chamada de Miguel Reis, a 20 de Outubro de 2022, para combinarem um encontro num café no centro de Espinho ao final do dia. Segundo o arguido, nesse encontro o ex-autarca Miguel Reis apresentou-lhe a esposa, Cristina Costa, que acabou por lhe revelar ter apreciado a decoração do restaurante A Cabana, onde havia comemorado o seu aniversário e de que a família Pessegueiro é a proprietária.

O empresário Francisco Pessegueiro respondeu ao juiz que só passado uma semana deu os contactos do Manuel das cadeiras e do Marcelo dos móveis à esposa do ex-autarca. Ao juiz Carlos Casas Azevedo Pessegueiro disse ter desenvolvido alguma proximidade com Miguel Reis e daí se ter disponibilizado para “ajudar e intervir para que o serviço fosse mais rápido”, uma vez, que a mobília era pretendida para antes do Natal e segundo o empresário “o senhor Marcelo trabalhava muito bem, mas relativamente a prazos e datas era uma desgraça”, explicou. “O senhor Marcelo parou os trabalhos no escritório para executar o mobiliário para o arquitecto Miguel Reis.”, disse. Pessegueiro revelou ainda que havia conseguido 50 por cento de desconto em relação ao arquitecto anterior.

Quando ao pagamento dos móveis o empresário revelou que Cristina Costa, esposa do ex-autarca, queria dar um sinal dos móveis ao senhor Marcelo. No entanto, Francisco Pessegueiro tinha dito ao carpinteiro para não aceitar.  O empresário disse ao juiz que tinha uma dívida com Miguel Reis. “Os móveis foram pedidos em Outubro para estarem prontos em Dezembro. Gerou-se uma necessidade, com a necessidade de eu ter um projecto aprovado em Dezembro.”, explicou. “Se eu não intercedesse o que é que poderia acontecer? Será que o meu projecto teria sido aprovado?”, atirou.

Sobre se falou com o senhor Marcelo sobre o Golden 24, Pessegueiro afirmou “nunca ter intercedido com o Miguel Reis em relação a terceiros.”.

Ainda sobre o pagamento dos móveis, o juiz Carlos Casas Azevedo questionou o empresário: “Se tendo já adiantado 5000 mil euros, pretendia dar os 50 mil euros?”. Pessegueiro respondeu: Estamos a falar de cerca de 20 mil euros em móveis e cadeiras.” Continuou o juiz: “Disse na escuta que os móveis eram para pagar em taxas de urgência? “O senhor ia assumir os móveis e as cadeiras.”, perguntou. “Se tivesse que pagar os móveis com certeza que descontaria.”, disse o empresário Francisco Pessegueiro. O empresário negou ter pagado os móveis e disse que lhe ligaram em Maio de 2023 a dizer que a esposa de Miguel Reis já teria pago 50 por cento dos móveis. “Não sei o saldo que está à data de hoje.”, afirmou.

A sessão da manhã terminou com o juiz Carlos Casas Azevedo a perguntar ao arguido Paulo Malafaia se pretendia assistir à audiência da tarde presencialmente. A resposta do arguido foi um perentório “sim”. Segundo indicou o juiz a sessão da tarde teria de ser adiada por o transporte do arguido só ter sido requisitado para de manhã e não haver como o trazer de Custóias para o Tribunal de Espinho.

Leia o artigo na íntegra na edição nº392 do nosso jornal.

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