Sob o céu sereno e atmosfera envolvente, os seculares muros do Castelo de Santa Maria da Feira e os jardins do Convento dos Lóios foram, na noite da passada quarta-feira, palco de uma poderosa encenação que transportou o público aos derradeiros momentos de Jesus Cristo: a Última Ceia.
A representação, marcada por uma profunda carga emocional, convidou todos os presentes a mergulhar na intimidade e solenidade daquele momento central de fé cristã. Com um realismo comovente, Jesus lavou os pés aos seus discípulos, partilhou o pão e o vinho, revelando através dos gestos simples e simbólicos, a plenitude de um amor que se dá até ao fim.
O primeiro quadro abriu espaço à Agonia do Getsémani, numa recriação sentida de angústia no Jardim das Oliveiras, e da Prisão de Jesus. Num ambiente carregado de fé e emoção, as cenas ecoaram na noite, envolvendo o público numa atmosfera de silêncio respeitoso e de introspeção profunda.
A narrativa culminou no terceiro e último quadro, com o julgamento de Jesus pelo Sinédrio. A tensão do momento foi visível: Jesus foi declarado culpado de blasfémia, num veredito que lançou as sombras da cruz e antecipou a continuação da jornada espiritual – a Via Sacra.
Mais do que uma encenação, o momento ficou marcado pela experiência sensorial e espiritual. “Esta encenação deixou marcas de reflexão e compaixão, que senti profundamente.”, descreveu um dos espectadores, visivelmente tocado pela intensidade da representação.