Das duas sessões do julgamento Operação Vórtex previstas para a semana que passou, só uma se realizou. A 4.ª sessão foi adiada para a passada sexta-feira, onde Francisco Pessegueiro continuou as suas declarações e a afirmar não ter entregado os 50 mil euros a Miguel Reis por “mera casualidade”. Afirmou ainda em tribunal que “protegeu João Rodrigues, seu amigo” para que este “também não ficasse em prisão preventiva”. O empresário negou ainda ter sido coagido a assumir os crimes em troca de protecção da família.
De regresso ao Tribunal de Espinho, na manhã da passada quinta-feira, 17 de Outubro para mais uma sessão do julgamento da Operação Vórtex, esta acabou por não acontecer devido à falta de meios para o transporte do arguido Paulo Malafaia. Recorde-se que o empresário se encontra detido no Estabelecimento Prisional de Custóias, em Matosinhos, e para o julgamento em Espinho é transportado pela carrinha celular até ao tribunal. Como informou o juiz Carlos Casas Azevedo: “por razão de falta de meios não houve condições para conduzir Paulo Malafaia ao Tribunal de Espinho.” No entanto, foram garantidos pelos serviços prisionais a participação do arguido na sessão por videoconferência. O juiz Carlos Casas Azevedo questionou Paulo Malafaia se estava de acordo. O arguido devolveu com outra questão, perguntando se era obrigado a assistir, e que “não conseguia ver e ouvir bem”. O advogado do arguido, Pedro Alhinho, realçou ao colectivo de juízes que não havia condições e que o arguido poderia ser prejudicado se a audiência prosseguisse. O julgamento acabou por ser adiado para o dia seguinte.
4.ª Sessão julgamento Operação Vórtex
Na Sexta-feira de manhã, 18 de Outubro, passavam poucos minutos das 10h30 quando se deu inicio à 4.ª sessão do julgamento da Operação Vórtex. O arguido Francisco Pessegueiro continuou a ser ouvido em tribunal.
O empresário foi novamente questionado pelo juiz Carlos Casas Azevedo sobre se tinha entregado os 50 mil euros ao ex-autarca Miguel Reis, bem como, se era sua intenção fazê-lo. “Estava ocupado? Estava a trabalhar?”; interrogou o juiz. “A época de Natal é mais atribulada para mim por causa dos talhos. Temos 12 talhos entre Porto e Ovar. Nesses 15 dias dedico-me só aos talhos. O dinheiro não foi entregue por mera casualidade. Eu não poderia ficar em dívida.”, respondeu Francisco Pessegueiro.
O juiz quis saber ainda se até ao dia 10 de Janeiro de 2023, (dia das buscas e detenções dos arguidos alegadamente envolvidos no caso) o empresário do ramo imobiliário tinha mantido contacto com Miguel Reis. Confrontou Francisco Pessegueiro com mensagens que enviou ao ex-autarca a dizer para tomarem café em Espinho e uma outra a pedir-lhe uma direcção. O empresáio afirmou que a troca de mensagens foi para a entrega de um cabaz de Natal. Pelo meio foi exibida ainda uma escuta de uma chamada telefónica entre o empresário e a mãe, em que falavam de uma alegada entrega de móveis em casa de Miguel Reis.
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