Por João Mendes
Foi no bairro da Misericórdia que começou a dar os primeiros pontapés na bola, à época, nos anos 90, muito mais pesadas. Não foi um ‘one club man’, mas abriu e fechou um círculo perfeito no seu clube do coração, a Ovarense, onde começou e terminou a sua carreira. Falamos de Tiago Pereira Andrade, Marmelo no mundo do futebol. De número 10 goleador a equilibrador no centro do terreno, passamos em revista uma carreira entre os campeonatos nacionais e distritais, tendo o Parque Urbano de Ovar como pano de fundo. Uma conversa que nos levou aos recantos mais memoráveis, e também mais sombrios, do desporto-rei.
O que te levou a decidir terminar a carreira agora?
O que me levou a deixar o futebol foi ter sido pai há oito meses. Além disso, trabalho com os meus pais num negócio de pastelaria e precisam muito da minha ajuda agora devido à idade. Portanto acabou por ser este lado familiar, porque fisicamente ainda me sentia capaz de fazer mais três/quatro épocas.
O que sentiste quando foste ovacionado no último jogo em casa?
É um misto de sentimentos. Comecei a acompanhar a Ovarense desde muito novo, através do meu falecido avô, que ia ver todos os jogos e sentava-se sempre no mesmo sítio, atrás da baliza. Contente pelo meu trajeto no futebol fruto apenas do meu trabalho; e ao mesmo tempo triste, porque sinto que ainda não era o momento para acabar.
Caso a situação familiar se torne no futuro mais favorável, imaginas-te a jogar em equipas de veteranos, Inatel ou futebol popular?
Não descarto essa possibilidade. E até já fui abordado para isso. Gostava de continuar ligado ao futebol, porque foram 31 anos a jogar à bola e podia transmitir algumas das minhas experiências a outros jogadores.
Foste convidado pela Ovarense a continuar no clube noutras funções?
Sim, no decorrer da época houve uma conversa com a direção para fazer parte da estrutura, mas, com o finalizar da época, para já são apenas conversações.
Créditos: DR
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