São João de Ver celebrou 36 anos de Elevação a Vila com olhar no passado e ambição no futuro

A freguesia de São João de Ver comemorou com solenidade os 36 anos da sua elevação a vila, numa sessão que reuniu a comunidade e as suas lideranças para reflectir sobre a história, o presente dinâmico e as ambições futuras. Os discursos dos vários oradores convergiram num ponto central: o papel insubstituível da comunidade e das suas associações no crescimento e na identidade “malapeira” da vila.

A cerimónia teve início com um momento musical ao encargo da Escola de Música de São João de Ver, “Notas & Acordes”.

 

Um marco histórico e o orgulho de uma identidade

A elevação de São João de Ver a vila é mais do que um acto administrativo: é como sublinhou Filipe Coelho, o presidente da Assembleia de Freguesia, o “reconhecimento de uma identidade forjada ao longo de mais de mil anos”. Esta longa história de “vida, culturas, de lutas e de conquistas” moldou um “povo resiliente, trabalhador e profundamente ligado à sua terra”.

O termo “orgulho malapeiro”, outrora pejorativo, transformou-se numa marca distintiva e de união. Amadeu Albergaria, presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, recordou que esta transição de aldeia para vila, há 36 anos, foi um reconhecimento do crescimento exponencial da localidade, validado por unanimidade na Assembleia da República. A celebração é, assim, um marco que “celebra o passado, honra o presente e lança bases sólidas para o futuro.”

 

Associativismo: alma viva e motor do crescimento local

Todos os intervenientes foram unânimes em destacar a importância vital das associações locais e do envolvimento cívico. O presidente da Junta de Freguesia de São João de Ver, Nuno Albergaria, enfatizou que “sem vocês, São João de Ver não cresceria”, dirigindo-se aos dirigentes associativos e incentivando-os a manterem a sua força, pois são eles “o motor desta terra”.

Amadeu Albergaria corroborou esta visão, afirmando que a vitalidade de uma comunidade se mede pelo seu associativismo. “Se as associações estiverem fortes, dinâmicas, unidas a construírem coisas em conjunto, isto significa sempre uma coisa, que a terra está viva, está forte, e a comunidade está coesa”, referiu. As recentes Festas Sanjoaninas foram apontadas como um exemplo cabal desta união e sucesso, fruto da colaboração entre a Junta e a Paróquia, e que culminou na massiva participação de sanjoanenses e visitantes, incluindo a diáspora.

A sessão foi ainda palco de uma homenagem a diversas associações e indivíduos que se destacaram pelo seu contributo, reforçando o valor que a comunidade atribui ao esforço colectivo e individual: Associação de Pais da Escola Básica de São João de Ver; Associação de Pais da Escola Básica Fonte Seca;  Associação de Pais da Escola Básica Souto Redondo; Grupo Folclórico “As Lavradeiras”; Associação Melhor Viver; Casa Ozanam; Patronato Amor de Deus; Grupo Amizade; O Abrigo; Rancho Regional de São João de Ver; Grupo Nacional de Escutas; Sport Ciclismo de São João de Ver; Sporting Clube São João de Ver; Associação Recreativa Columbófila de São João de Ver; Liga Portuguesa contra o Cancro; Centro Social e Paroquial de São João de Ver; Sonho Alternativo Club Taekwondo; Malapeiros Rolantes; Associação Cicloturismo de São João de Ver; Escola de Boxe de São João de Ver; Matilde Fonseca Santos (voleibol); Samuel Duarte (patinagem artística); Leonor Pais, Eduardo Oliveira, Catarina Santos, Carolina Ferreira, Lara Cruz (patinagem livre); Maria Silva (natação); Eanes (boxe); Armando Sousa (bombeiros); Ruben Pereira, André Sousa, Frederico Figueiredo, Carlos Pereira (ciclismo); Fabiana Ferreira; Vasco Costa, Fernando Oliveira (ciclismo); Carlos Martins, Fábio Abreu, Alberto Amaral, João Ferreira; Alex Oliveira; Marcha da Casa Ozanam; Marcha do Centro Escolar de São João de Ver; Juízes da Festa da Senhora da Hora; Juízes das Festas Sanjoaninas.

 

De “freguesia dormitório” a nova centralidade com ambições

São João de Ver é hoje uma freguesia em plena ascensão, que “deixou de ser um mero dormitório”. O presidente da Junta de Freguesia salientou que “muitos jovens estão a vir para São João de Ver” atraídos pela qualidade de vida, cultural e desportiva que a vila proporciona. A ambição é clara: tornar-se uma nova centralidade no concelho de Santa Maria da Feira e, quem sabe, no distrito.

Foram apresentadas várias reivindicações e projetos para o futuro, que abrangem diversas áreas:

-Ambiente: criação de um grande parque de lazer junto às ribeiras.

-Desporto: aumento da oferta desportiva, com aulas gratuitas, e a tão desejada pista de ciclismo.

-Cultura: construção de um auditório com capacidade para 400 pessoas.

-Turismo: qualificação do Largo das Airas, com a inclusão do “primeiro albergue do concelho da Feira”, aproveitando a passagem de peregrinos e a rica história local.

-Requalificação urbana: aquisição de terreno estratégico para um parque urbano e a requalificação de todo o centro cívico da freguesia, com investimento da Câmara Municipal.

Amadeu Albergaria destacou ainda o notável crescimento demográfico, com São João de Ver a tornar-se a segunda freguesia mais populosa do concelho, com mais de 12 mil habitantes. Adicionalmente, a vila é uma das maiores potências industriais de Santa Maria da Feira, atraindo novas empresas e oportunidades de emprego, um factor crucial para a fixação de jovens. O Presidente da Câmara concluiu que esta união e os sucessos recentes dão à comunidade a “razão para serem mais exigentes” no futuro.

 

Reconhecimento e gratidão a quem constrói a vila

A sessão terminou com agradecimentos extensivos a todos os que contribuíram para o desenvolvimento da freguesia. Desde os autarcas e funcionários que, ao longo das décadas, “construíram o caminho de hoje”, até aos “colaboradores da Junta”, foi expressa gratidão pelo serviço público e dedicação. A homenagem estendeu-se aos “sanjoanenses de nascença ou sanjoanenses que escolheram a nossa terra para viver”, sublinhando a importância da “escolha consciente” daqueles que optam por integrar a comunidade.

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