Assembleia da União de Freguesias de Ovar debate orçamentos e prioridades para 2025

No dia 12 de Dezembro, no Centro Cívico de Arada, decorreu a Assembleia da União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã. A reunião destacou-se pelos debates sobre ambiente, saúde e economia.

A sessão iniciou-se com o tema da orla costeira, com destaque para a intervenção na praia do Furadouro. Alexandre Azevedo (PSD) enfatizou que “a estrutura longitudinal tem sido sucessivamente ameaçada pelo avanço do mar” e elogiou a intervenção governamental, como uma “mais-valia”, apesar de “não resolver o problema na totalidade”. Em contrapartida, Carlos Dias (PS) criticou a medida por “transferir o problema para a praia da Torreira”, que considera ser “uma política errada que varre o lixo para debaixo do tapete”.
Já sobre a recolha selectiva de resíduos, Conceição Soares (BE) apontou o “estado lastimoso” dos equipamentos e apelou a uma “maior sensibilização e manutenção”. Bruno Oliveira, presidente da União de Freguesias de Ovar (UFO), esclareceu que os problemas devem-se a “defeitos de fabrico”, sendo que “a empresa vai proceder à substituição das fechaduras”.

Na área da saúde, a recente reabertura das urgências do Hospital Francisco Zagalo gerou controvérsia. Conceição Soares criticou o PSD por “votar contra a resolução do Bloco de Esquerda e PCP”, enquanto Carlos Dias destacou a “postura incoerente” do Partido Social Democrata. André Godinho (PSD) elogiou o novo bloco operatório do hospital como uma “unidade moderna e adaptada”, mas alertou que “há muito para fazer, em particular nas unidades de saúde familiares”. Bruno Oliveira esclareceu que, em reunião com o presidente da Unidade de Saúde Entre Douro e Vouga (CHEDV), foi discutido o problema comum às extensões de saúde de Arada e São Vicente: “a falta de profissionais”. O responsável pela CHEDV “quer abrir rapidamente as extensões e garantir médicos de família para todos os utentes”.

O orçamento da UFO para 2025, fixado em 1.266.449 euros, foi aprovado com nove votos a favor. O PSD e o deputado independente Rui Catalão abstiveram-se, enquanto Sara Ferreira votou contra, por considerar o orçamento “limitado e eleitoralista”. O PSD apontou “falhas no documento” e “revisões orçamentais exageradas”, que, no entender do partido, revelam “desnorteamento e falta de credibilidade”. O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), fixa-se nos 95 mil euros destinados à manutenção de vias e espaços públicos.
No final, o PS propôs a reactivação de uma farmácia com atendimento nocturno, encerrada desde 2020, enquanto Sara Ferreira sugeriu um voto de pesar em homenagem a Maria Luísa de Jesus Ribeiro de Pereira de Resende. Ambas as propostas foram aprovadas por unanimidade.
O presidente Bruno Oliveira destacou ainda a “necessidade de contratos para assegurar a continuidade dos serviços face à iminente desagregação das freguesias em Janeiro”, com o alerta para os riscos de um “processo mal conduzido”, como sublinhou Rui Catalão.

Leia o artigo na íntegra na edição nº399 do nosso jornal.

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