Em causa os constantes adiamentos na protecção da praia do Furadouro
Com a data de 28 de Outubro, a Agência Portuguesa do Ambiente adjudicou por ajuste directo a “Revisão do projecto de execução – Reabilitação e Reforço da Estrutura Longitudinal Aderente e dos Esporões na Praia do Furadouro, no concelho de Ovar” pelo valor de 8.130,08€, conforme o portal GovBase.
Na sequência, o deputado municipal Fernando Camelo de Almeida, reagiu nas suas redes sociais, mostrando o inconformismo que o vem caracterizando no que diz respeito a este tema: “Quer isto dizer que a obra de ‘cuidados paliativos’ prometida há muito, tão cedo não irá para o terreno! Não consigo compreender como é que este processo passa ao lado de quem mais devia reivindicar; não consigo compreender a inércia do executivo da Câmara Municipal de Ovar; nem tão pouco consigo compreender a passividade vigente na nossa comunidade.”
O representante eleito apresentou grande consternação e preocupação com o a falta de intervenções atempadas no terreno: “Se não há forma de arrancarem as obras de protecção, imaginem as tão necessárias obras de fundo para travar o avanço do mar. (…) Eu vou agir pelos meios que tenho ao meu alcance, como tenho feito até aqui. Não me conformo, nem me acomodo!”
E assim foi: pela quarta vez, endereçou uma carta aberta dirigida à Ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, exigindo “respeito pelas pessoas de Ovar” e um “tratamento prioritário”. Abaixo reproduzimo-la na íntegra:
Ex.ª Sra. Ministra do Ambiente e Energia,
Dr.ª Maria da Graça Carvalho,
Escrevo-lhe esta carta aberta acerca do problema da erosão costeira nas praias do Município de Ovar, pois após as duas cartas que lhe enviei, recebi resposta do chefe de gabinete do Sr. Secretário de Estado do Ambiente através do ofício 6046_2024 que, infelizmente, não responde a nenhuma das questões concretas que coloquei.
A informação constante no referido ofício já tinha sido anunciada pelo actual presidente na APA, Eng.º Pimenta Machado, numa visita que fez à praia do Furadouro.
Entretanto, enviei-lhe uma terceira carta a que não obtive qualquer resposta e agora verifiquei que a APA, no passado dia 28 de Outubro, adjudicou a uma empresa a “Revisão do Projecto de execução – Reabilitação e Reforço Longitudinal Aderente e dos Esporões na praia do Furadouro, no concelho de Ovar”, o que me deixa perplexo e preocupado relativamente à expectativa da data em que a obra de “cuidados paliativos” vai para o terreno.
Insisto em solicitar que me informe a data prevista para uma intervenção de fundo nas praias do município de Ovar que combata eficazmente o avanço do mar, assim como a data das necessárias obras de reforço da protecção costeira.
Nós não nos podemos contentar com “obras de remendos”, necessitamos de outro tipo de obras que travem o avanço do mar, como por exemplo, os quebra-mares destacados que já nos foram prometidos.
O município de Ovar tem sido fustigado pelo mar há vários anos e todos sabemos que há um enorme risco para as pessoas e bens, se nada for feito no curto prazo. Esta circunstância tem sido, também, muito prejudicial para a economia local.
Os munícipes de Ovar estão cansados de ser ignorados pelos sucessivos governos, o tempo vai passando e a margem para se evitar consequências mais graves é cada vez menor.
Não há mais tempo a perder, o governo tem o dever de tratar este problema como prioritário e as pessoas do município de Ovar merecem respeito!
Aguardo as suas prezadas notícias.
Com os melhores cumprimentos,
Fernando Camelo de Almeida
(Deputado na Assembleia Municipal de Ovar)
Leia o artigo na íntegra na edição nº394 do nosso jornal.