Apesar de não ter chegado para a camisola amarela, muito por culpa de uma surpreendentemente consistente prestação do suíço Colin Stussi da equipa austríaca Vorarlberg, a ABTF Betão-Feirense conseguiu colocar, contra algumas previsões, um corredor no pódio da classificação geral (António Carvalho) e outro no da classificação da juventude (Afonso Eulálio) da 84ª edição da Volta a Portugal. O corredor de São Paio de Oleiros arrancou a corrida fragilizado devido a uma fratura na clavícula a um mês da primeira etapa, mas, com um desempenho em crescendo, foi subindo na classificação, repetindo o terceiro lugar da edição de 2022. Já Eulálio andou quase sempre com a branca da juventude vestida, perdendo-a na última etapa para Jaume Guardeño da Caja Rural. Por seu turno, os feirense Pedro Andrade e Fábio Oliveira concluíram a corrida, respetivamente, na 57ª e na 90ª posição. Ainda na classificação por equipas, a ABTF foi a terceira melhor, apenas atrás de Glassdrive e Euskaltel-Euskadi.
Ao N, Joaquim Andrade, diretor da armada fogaceira, faz um balanço da corrida e conta-nos as peripécias na preparação em contra-relógio do chefe de fila perante uma contrariedade de última hora. Projeta ainda o Grande Prémio Jornal de Notícias, analisa o plantel à disposição e as suas carências, passando em revista esta temporada e já de olhos postos na próxima: o objetivo passa por manter António Carvalho, dar mais experiência ao conjunto e lançar Afonso Eulálio como uma das grandes joias do presente e do futuro do ciclismo nacional.
Que análise faz da edição da Volta a Portugal deste ano, em relação a surpresas pela positiva e negativa?
Foi uma volta bastante competitiva e bem disputada, e onde as equipas estrangeiras apareceram mais fortes do que o habitual nos últimos anos. Isso veio tornar a prova mais equilibrada. Talvez contássemos mais do Maurício Moreira, que acabou por ter um dia mau. De resto, os que andaram pela frente foram os do costume.
O vencedor da prova [Colin Stussi] foi considerado uma surpresa. Concorda?
Sabíamos que ele tinha qualidade e que era um bom trepador, mas, sinceramente, no início da volta, não contava que pudesse ganhar. Depois do dia da Serra da Estrela, percebemos que tínhamos ali um sério opositor. A equipa dele fez um trabalho espetacular, porque não mostrou fraquezas, e ele nas partes finais das etapas conseguia sempre segurar a corrida.
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