Luís Canelas, o recente eleito presidente da Comissão Política do PS de Espinho

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Desde cedo que Luís Canelas, natural de Espinho, tem uma forte ligação com o desporto, mas também com a política. Soma quase 25 anos como militante do Partido Socialista e recentemente foi eleito para a presidência da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Espinho. Na entrevista concedida ao Jornal N, fala dos principais objectivos da comissão que lidera e sobre a cidade de Espinho. Quanto a uma possível candidatura às próximas autárquicas, Luís Canelas disse “ainda ser cedo para falar nessa questão.”

Como surge a política na sua vida? Sabemos que o seu percurso também foi pautado por uma forte ligação ao desporto?

Sim, a minha vida foi principalmente ligada ao ensino e ao desporto. Sou formado em Educação Física e fui muitos anos treinador de hóquei em patins. Desde muito novo tive ligação ao desporto, mas também à política. Desde muito novo que vou acompanhando a vida do Partido Socialista, sou militante do Partido Socialista há quase 25 anos e fiz também parte da Juventude Socialista.

Como chegou a vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Espinho?

Em 2021, a Concelhia do Partido Socialista endereçou-me o convite para fazer parte das listas. Propuseram-me integrar a lista para fazer parte da Câmara Municipal e eu aceitei. Quando esta presidente tomou posse, achou que eu seria a pessoa indicada para a substituir na sua ausência e fez-me o convite para vice-presidente. Apesar de ter de sair da minha zona de conforto, com o espírito de missão e de ajudar os espinhenses, aceitei.

O que o motivou a candidatar-se à presidência da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Espinho?

A candidatura surge também através de um convite, que encarei com naturalidade. Um grupo de pessoas do Partido Socialista propôs o meu nome porque acharam que eu seria a pessoa indicada para assumir os destinos do partido e para constituir uma equipa, pois ninguém faz nada sozinho. Como não sou de fugir aos desafios aceitei mais um, que encarei com naturalidade e com responsabilidade.

Quais são os principais objectivos da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Espinho?

A nossa candidatura tinha como lema ‘Unidos por Espinho: Ouvir, Conciliar e Inovar’. O nosso projecto é bastante abrangente. Existem vários desafios que sabemos que vamos encontrar pela frente e cá estamos para trabalhar por eles. Temos várias ideias, como aumentar o número de militantes, que achamos que é interessante e também dinamizar e executar vários programas que aproximem a política dos cidadãos. Pessoalmente, julgo que temos de desmistificar o conceito do político tradicional e a ideia que as pessoas têm do que é a política. Na política há bons e maus profissionais como em qualquer outra profissão. Na minha opinião, temos a obrigação e o desafio de nos aproximarmos para ouvir os cidadãos.

Como pretende colocar isso em práctica?

Só com proximidade e indo ao encontro das pessoas podemos trazê-las para a política. Óbvio que vamos defender sempre os ideais do Partido Socialista, é isso que vamos querer incutir nos nossos programas. Outro desafio será modernizar o partido, que ainda está um pouco tradicional. Temos ainda programado trabalhos ao nível das redes sociais e proximidade com a imprensa. Os meios de comunicação são importantes e um veículo fundamental. No entanto, o nosso foco maior estará em ouvir e executar aquilo que são as necessidades dos espinhenses.

Actualmente, qual é o seu olhar sobre a cidade de Espinho?

Por norma, nós que estamos em Espinho temos a tendência de olhar para aquilo que de mau tem a cidade. Espinho não tem só coisas más, é como todas as cidades, também tem coisas boas.

Não podemos fugir que neste momento existem problemas que temos de resolver. Herdamos alguns problemas estruturais na cidade fruto de 12 anos de governação do Partido Social Democrata que vamos ter de os resolver. Posso enumerar alguns exemplos. A obra do RECAFE estava avaliada em cerca de 12,5 milhões de euros e a última factura, que seria 25 % do valor total da obra, vai chegar aos 25 milhões. É algo que temos de questionar o porquê, mas foi algo que nos caiu nas mãos e vamos ter de resolver. Outra situação é a questão do Estádio Municipal. Como é que se lança um concurso público nacional quando já se sabia que teria de ser um concurso internacional, porque um valor standart para um estádio nunca seria aquele. E, tanto foi que o primeiro concurso para o Estádio Municipal ficou deserto e acabou por ser entregue a um empreiteiro que já estava às portas da falência. Algo que se verificou já no início deste mandato, com o empreiteiro a pedir para deixar a obra porque já não tinha condições para a continuar. Estas são situações que temos mesmo de encontrar soluções para elas, mas que são difíceis.

Por outro lado, é do conhecimento público que os edifícios municipais estão num estado lastimável. Na Nave Desportiva chove, no Centro Multimeios também. A piscina está degradada e em fim de vida. Alguns equipamentos municipais vão necessitar de intervenção imediata porque foram anos sem qualquer tipo de manutenção.

Para si, quais são os temas de prioritária resolução para o concelho ‘ganhar fôlego’ e se desenvolver?

As infraestruturas são algo que sem dúvida temos de investir.  A Saúde, a Acção Social e a Economia são outros eixos que o actual executivo e o que vier num futuro próximo terão de ter em atenção, para alavancar a cidade e para a colocar novamente no mapa.

Atenção que estamos a falar das coisas más, mas Espinho tem potencial: o concelho integra a Área Metropolitana do Porto, a Associação das Terras de Santa Maria e tem uma localização privilegiada com o comboio no centro da cidade. O turismo, embora seja sazonal, no Verão traz a Espinho turistas que nessa época triplicam a população local. Ainda há muito a fazer, mas Espinho também tem coisas boas.

A nível da Saúde, o Hospital de Espinho poderia ser uma prioridade?

Trazer as urgências de novo para Espinho é sem dúvida algo que não depende apenas do Município de Espinho, mas é algo que podemos e devemos lutar. Temos ainda os Centros de Saúde, que são duas obras em que o processo está em andamento e que têm de ser iniciadas o mais rapidamente possível.

Confirma que existe uma disputa entre si e a actual presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz?

Claro que não. Entre mim e a presidente existe uma relação cordial e institucional, tal como os nossos cargos exigem.

Vai candidatar-se à presidência da Câmara Municipal de Espinho nas próximas eleições autárquicas?

Ainda é cedo para falar nessa questão. Aquilo que posso garantir como presidente da concelhia é que irei apoiar e fazer força para que o próximo candidato seja a pessoa que estiver em condições de proporcionar o melhor para os espinhenses e a pessoa que poderá apresentar-se em melhores condições para vencer as eleições pelo Partido Socialista.

Leia o artigo na íntegra na edição nº388 do nosso jornal.

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