Visita Pastoral a Cortegaça assente em “pontes” e “laços”

A visita pastoral à freguesia de Cortegaça teve início no dia 18, terça-feira, com a recepção a D. Roberto Rosmaninho Mariz por parte do pároco Manuel Dias da Silva, bem como do diácono Joaquim Rocha, por volta das 15 horas. A comitiva seguiu depois para a Junta de Freguesia, onde foi recebida pelo presidente da Junta, Sérgio Vicente, acompanhado de alguns técnicos e membros do grupo de escuteiros. O Bispo Auxiliar do Porto ficou a conhecer as modernas instalações da junta, assim como do Centro Cívico de Cortegaça e alguma da história da vila. Sérgio Vicente explicou que Cortegaça continua a ser uma vila com forte pendor industrial (especialmente na cordoaria) e piscatória, no entanto lamentou que “a comunidade piscatória esteja actualmente quase extinta”. Já D. Roberto ressaltou o papel de uma igreja “de portas abertas, fazendo pontes em prol do que podemos ser úteis”. Destacou a importância de “um serviço de acção social em rede, que melhora a eficiência”. Por seu turno, o autarca elogiou a presença pastoral como “uma fonte de inspiração e de alegria. O senhor Bispo traz sempre essa esperança de olharmos para os outros. Cada um com a sua autonomia, mas com um objectivo comum”. No final, D. Roberto foi agraciado com uma medalha e o livro da Monografia de Cortegaça.

No dia seguinte, quarta-feira, D. Roberto visitou o Centro Social Cortegacense Olívia e Florindo Cantinho, e conheceu de perto o trabalho desenvolvido no infantário e no lar da instituição. Acompanhado pelo padre Manuel Silva e pelo diácono Joaquim Rocha, percorreu as salas do ensino pré-escolar enquanto abordou a importância do complemento pedagógico das educadoras em articulação com o Ministério da Educação. O bispo reforçou a responsabilidade dos membros do infantário ao afirmar que “os pais entregam o melhor tesouro da vida deles” e que a missão de “moldar as crianças” representa uma “responsabilidade acrescida”. Noutro âmbito, as educadoras mencionaram a carência de meios para apoiar crianças com necessidades especiais. Já no lar, o bispo deixou uma mensagem de esperança aos idosos e cuidadores, recordando as palavras do Papa Francisco sobre o “primeiro cuidado de que necessitamos na doença, que é uma proximidade cheia de compaixão e ternura”. Além disso, enfatizou o valor da fé para enfrentar as fragilidades da vida  e todos serem “anjos da esperança junto daqueles que sofrem”, pois “a proximidade não se vende nas farmácias”.

No mesmo dia, à tardinha, no Salão Paroquial, marcaram presença representantes de associações e empresas de Cortegaça, como a Mestre da Cor, Exporplás, CRECOR, Jornal O Povo de Cortegaça ou Oscacer, o FC Cortegaça, entre outras. Uma a uma, cada entidade foi ao microfone dar a conhecer um pouco do seu trabalho a D. Roberto. Antes desse momento, o padre Manuel Silva proferiu algumas palavras: “Não há nada melhor como reunir amigos para que nos possamos conhecer melhor. O Homem cresce na medida em que se dá. Nesta terra há sempre uma direcção pelo melhor. Sejamos mais, sejamos melhores.” Já o Bispo Auxiliar explicou um pouco do seu trabalho no seio da Diocese do Porto, onde se ocupa mais da zona a sul do rio Douro. Saudou o “dinamismo com que as coisas são feitas aqui” no que concerne às associações. “O mundo associativo mostra a maturidade cívica de uma sociedade. A igreja deve ajudar a promover esse compromisso: sermos melhores humanos conhecendo-nos melhor. Tolstoi dizia que, quando temos dores, é sinal que estamos vivos. Eu digo: quando sentimos as dores dos outros, somos humanos. Uma economia não saudável afecta muito o tecido social. Por isso, é importante que haja uma caminhada fraternal, da base até ao topo.”, frisou.

Leia o artigo na íntegra na edição nº407 do nosso jornal.

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