Na manhã da passada quarta-feira, dia 4 de Maio assinalou-se o 48º- Aniversário do Regimento de Engenharia Nº-3 (RE3). A cerimónia militar cumpriu-se no seu quartel, em Paramos, sob condições meteorológicas adversas. Marcaram presença nas cerimónias, entre outros, a presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz, o presidente da Junta de Freguesia de Paramos, Manuel Dias e em representação da Assembleia Municipal de Espinho, Guilhermino Pereira. O comandante do RE3, João Paulo do Amaral de Oliveira destacou o bom relacionamento que a instituição mantém com o Município de Espinho.

 As comemorações do 48º- Aniversário do Regimento de Engenharia Nº-3 (RE3) iniciaram-se com as honras militares à alta entidade que presidiu à cerimónia, o ajudante general do exército, tenente general Boga Ribeiro, seguida da cerimónia de Homenagem aos Mortos, na entrada do quartel.

A Integração do Estandarte Nacional sob o ecoar do Hino Nacional antecedeu as alocuções do comandante do RE3, coronel de engenharia João Paulo do Amaral de Oliveira e do comandante do pessoal do exército Boga Ribeiro.

O comandante do RE3, João Paulo do Amaral de Oliveira dirigindo-se à presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz referiu a “excelente cooperação institucional” que o RE3 mantém com o Município de Espinho e agradeceu também, a “sua permanente disponibilidade” com o regimento.

Salientou a “actividade intensa e multifacetada” do RE3, que perdura desde a sua criação em 1977 incluindo na sua “missão” tarefas essencialmente militares, bem como a execução de missões de apoio ao desenvolvimento e bem-estar das populações e formação certificada de militares em especialidades da Arma de Engenharia, que decorreram no último ano.

No que diz respeito, às missões de natureza essencialmente militar destacou a participação de Elementos da Componente Operacional do Sistema de Forças, a nível nacional, entre outras, da Companhia de Engenharia de Combate Média no Exercício DRAGÃO 25, conduzido pela Brigada de Intervenção na região de Viseu. A nível internacional a Companhia de Engenharia de Combate Média participou em Junho de 2024, no exercício promovido pela Brigada “GALICIA” VII (BRILAT).

Entre os trabalhos de Apoio Geral de Engenharia a diversas unidades do Exército, João Paulo do Amaral de Oliveira nomeou, entre outras, a reabilitação de infraestruturas de tiro e os trabalhos em curso no Quartel de Santo Ovídio.

Quanto ao apoio ao desenvolvimento e bem-estar das populações realçou várias acções de articulação entre o regimento, as autarquias e outras entidades civis. As intervenções nas praias dos Municípios de Mira e Espinho, para a regularização dos respetivos areais, actuais trabalhos de beneficiação de caminhos florestais em Albergaria-a-Velha e o apoio a iniciativas culturais e desportivas, foram acções que evidenciou.

No âmbito da formação lembrou os cursos certificados que realizam em parceria com o Centro de Emprego e Formação Profissional de Entre Douro e Vouga, com o objectivo de melhorar as competências dos militares e sua valorização profissional, na perspectiva de reter os recursos humanos nas Unidades de Engenharia e no Exército. Os cursos de Operadores e de Mecânicos de Equipamento Pesado de Engenharia, Canalizador e eletricista são alguns exemplos de cursos que estão em curso ou planeados para iniciar no corrente ano. Destacou ainda a parceria com o Serviço de Formação Profissional de Rio Meão, a 3.ª Parte da Instrução Complementar a que corresponde a qualificação de nível quatro das especialidades de Mecânico de Armamento e de Eletricista. Segundo o comandante do RE3, João Paulo do Amaral de Oliveira o investimento na formação profissional reflecte “o compromisso contínuo com a excelência formativa e a valorização do capital humano da Engenharia Militar”.

Deu nota ainda da cooperação internacional realizada pelo regimento com militares do RE3 a integrarem forças Nacionais Destacadas na Roménia e a participarem em missões de apoio à capacitação técnica na Union Training Mission, na República Centro-Africana.

João Paulo do Amaral de Oliveira realçou ainda algumas actividades de divulgação do serviço militar que realizam para contrariar o actual contexto de escassez de recursos humanos. A participação no Dia Mundial da Criança, Dia Internacional da Proteção Civil, no evento “Espinho Game On” e as visitas institucionais recebidas no Regimento são alguns exemplos.

Para o comandante do RE3 estas acções pretendem “atrair e reter” efetivos, reforçando a proximidade entre o exército e a sociedade, contribuindo para uma imagem moderna, acessível e mobilizadora das Forças Armadas”.

No final do seu discurso João Paulo do Amaral de Oliveira deixou uma palavra especial de agradecimento aos militares e trabalhadores civis do RE3.

Na sua alocução, o ajudante general do exército, tenente-general Boga Ribeiro lembrou os conflitos existentes na actualiadade, nomeadamente, no Médio Oriente e no Leste da Europa. Realçou a importância da capacitação das forças militares para que sejam capazes de actuar a nível nacional e internacional “de forma equilibrada e flexível, potenciando o emprego nas armas combinadas”. “Este quadro convoca-nos para uma preparação mais exigente dos efectivos, para potencialmente estamos habilitados a conduzir operações no ceio das alianças que o país decidiu desde há longa data integrar.”, acrescentou.

Para além do contexto internacional, alertou ainda para os desafios internos e diversificados. “Há a necessidade de ter o exército capacitado para actuar em emergências complexas”, tais como “o apoio às populações e entidades civis em resposta a acidentes naturais ou outras catástrofes”.

A cerimónia prosseguiu com as condecorações, com Jorge Santos a ser o primeiro receber a Medalha de Mérito Militar 3ª- Classe. A Medalha D. Afonso Henriques 4ª- Classe foi atribuída a Paulo Ruivo, Daniel Mendes e Graça Ramos. Neste dia de celebração foram ainda homenageados os ex-combatentes-campanhas Manuel Graça (Angola), Mário Oliveira (Guiné), Rui Cruz (Timor) e Pedro Costa (Guiné).

Devido à chuva intensa não foi possível o cumprimento integral do programa, nomeadamente, a actuação da Banda Militar e o desfile de meios de Engenharia Militar. A cerimónia terminou com o Desfile das Forças em parada.