Nesta data, a ONG Repórteres Sem Fronteiras publica o ranking anual da liberdade de imprensa, classificando os países em cinco níveis: situação muito boa, satisfatória, problemas visíveis, difícil e muito séria.
No índice de 2023, Portugal caiu de 7º para 9º lugar, perdendo o estatuto de “situação muito boa”. Lidera, ainda assim, a lista de países com “situação satisfatória”. Os oito países à frente de Portugal são, por ordem decrescente: Noruega, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Países Baixos, Lituânia e Estónia. O outro destaque do ranking foi a subida dos Países Baixos para 6º lugar, recuperando 22 posições, após o assassinato do repórter Peter de Vries. Os últimos três lugares do ranking que considera 180 países são ocupados por Vietname (178º), China (179º) e Coreia do Norte (180º).
Ao longo da história, a liberdade de imprensa vem sendo conquistada a ferro e fogo, nunca podendo ser encarada pelos jornalistas como um dado adquirido, mesmo quando consignado nas leis dos Estados. O poder político e económico irá sempre tentar retirar poder aos órgãos de comunicação social e procurar condicionar a sua ação em proveito próprio. Como a história tem demonstrado, o mundo é controlado por quem controla as narrativas sobre o mesmo, quer na escala global, quer na local.
Por isso é tão importante continuar a apoiar a descentralização de poderes e o reforço do jornalismo local e independente. Só dessa forma se processa a distribuição equilibrada dos poderes e contrapoderes de uma sociedade e se fortalece o papel vigilante e mediador dos jornalistas – que, mesmo sob ataque em várias esferas, não podem nunca esquecer que não são os possuidores da verdade, mas apenas os expositores desta.