Na passada quarta-feira, 12 de Março foi inaugurada a segunda habitação do Projecto Raízes Partilhadas do Centro Social de Paramos, ao abrigo do Acordo de Cooperação para o funcionamento de Apartamentos Partilhados. A habitação localizada na Rua Coração de Jesus, em Paramos, vai acolher três sem-abrigo e surge, juntamente com o apartamento cedido pela Câmara Municipal de Espinho, na Quinta de Paramos, como resposta e intervenção com este grupo da população no Concelho de Espinho.
A segunda habitação “Raízes Partilhadas” em Paramos é constituída por dois quartos, cozinha, casa-de-banho e sala comuns. Os três sem-abrigo que vão habitar esta casa estão segundo Américo Castro, presidente do Centro Social de Paramos, a “serem trabalhados há algum tempo” para “perceberem que esta é a oportunidade para mudarem de vida”. Como exemplo, de sucesso lembrou o apartamento na Quinta de Paramos que acolhe quatro pessoas, que contam com o acompanhamento das técnicas do Centro Social de Paramos. “Sinto-me feliz porque o espaço está bem tratado. É sinal que o que temos feito, temos feito bem.”, afirmou. “As pessoas estão a reconhecer que foi uma mudança na vida delas.”, acrescentou. Adiantou ainda que há outro projecto na calha com a colaboração do município para perfazer o compromisso da instituição de dar a oportunidade a 10 pessoas de viver com qualidade de vida.
O gestor executivo da Estratégia Nacional de Pessoas Sem-Abrigo, Henrique Joaquim salientou que com este projecto está-se “cada vez mais a consolidar o modelo com maior sucesso na intervenção com esta população”. Contudo, Henrique Joaquim recordou que “o desafio se mantém” porque as “pessoas entram nestas habitações transitoriamente”. E, apelou aos municípios nesse sentido. “O direito à habitação ainda não está definitivamente garantido.” Por outro lado, salientou que apesar do sucesso do modelo, o mesmo só é alcançado quando “há vontade de todas as partes” em cumprir “um objectivo comum, o de não ter ninguém na rua por falta de condições”. Este modelo está a ser aplicado por todo o país e em 2023, 1000 pessoas saíram da condição de sem-abrigo.
O director do Centro Distrital de Aveiro da Segurança Social, Fernando Mendonça sublinhou a “entreajuda e a capacidade de resolver os problemas” entre as partes envolvidas. Elogiou o trabalho desenvolvido por Henrique Joaquim, que aliado ao apoio de estruturas do Estado possibilitou que os projectos se concretizassem. Fernando Mendonça apelou ainda à comunidade, realçando que o trabalho em prol dos que mais necessitam compete também a cada cidadão e não só às entidades.
A vice-presidente da Câmara Municipal de Espinho, Lurdes Rebelo, trouxe a mensagem de empenho na causa social, da presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz e reforçou que “todos merecem uma segunda oportunidade na vida”. “Estamos em onda para continuar o trabalho.”, concluiu.