São Paio de Oleiros: Assembleia de Freguesia abordou questões críticas

Na Assembleia de Freguesia de São Paio de Oleiros, realizada no passado dia 30 de abril, foram debatidos temas como habitação, infraestruturas, a iminente deslocalização da biblioteca local e preocupações sobre a falta de soluções para problemas estruturais da comunidade.

A Assembleia de Freguesia reuniu-se para discutir assuntos prementes da comunidade. O encontro começou com a proposta, aprovada por unanimidade, do voto de pesar pelo falecimento do pai de uma colega, num gesto de solidariedade que uniu os presentes.

Biblioteca em Risco

Um dos pontos mais debatidos foi a situação da biblioteca local, que enfrenta o risco de encerramento em agosto devido ao fim do contrato de arrendamento do espaço atual. O presidente da junta, Maximino Costa, foi questionado sobre alternativas, mas as respostas apontaram para dificuldades burocráticas e a ausência de um plano concreto. “Estamos a trabalhar com arquitetos e engenheiros, mas depende de muitas entidades”, afirmou. A comunidade manifestou frustração, recordando que a biblioteca, um “pilar da educação”, aguarda uma solução há anos, com sucessivas promessas não cumpridas. Um estudo arquitetónico e financeiro já foi apresentado por voluntários, mas a falta de avanços concretos gerou apelos por maior celeridade.

Habitação e Fixação de Jovens

A escassez de habitação, especialmente para jovens, foi outro tema central. A freguesia enfrenta dificuldades em atrair construção devido à relutância de proprietários em vender terrenos e aos elevados custos exigidos. “Os jovens saem para freguesias vizinhas por falta de oferta”, lamentou um membro da assembleia. A ausência de blocos de apartamentos e a estagnação no desenvolvimento imobiliário foram apontadas como entraves ao crescimento local.

Infraestruturas e Burocracia

As infraestruturas também estiveram em foco, com queixas sobre a lentidão na requalificação de ruas e passeios. A remoção de postes de telecomunicações, essencial para melhorar acessos, está atrasada devido à burocracia envolvendo operadoras como a Altice e a MEO. “Fazemos pressão, mas depende de muitas entidades”, explicou Maximino Costa. Projetos como a requalificação do Parque das Oliveiras e a resolução de problemas de drenagem no rio enfrentam obstáculos semelhantes, incluindo a necessidade de autorizações de entidades externas como a APA.

Contas e Investimentos

No plano financeiro, a assembleia aprovou as contas de 2024, que registaram uma receita de 222 mil euros e uma despesa de 193 mil euros, resultando num saldo positivo de 43 mil euros. Foi também aprovada a primeira revisão orçamental, destinando 23.100 euros para obras complementares e requalificação da capela mortuária. Apesar do equilíbrio financeiro, a execução de projetos continua limitada pela falta de empreiteiros e pela complexidade dos concursos públicos.

Apelo à Ação

A assembleia terminou com um apelo à paciência, mas também com a promessa de maior empenho na resolução dos problemas levantados. A comunidade, porém, exige respostas concretas, especialmente para a biblioteca e a habitação, que continuam a marcar o futuro da freguesia. “É preciso dignidade e soluções definitivas”, afirmou um residente, ecoando o sentimento geral.

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