A Assembleia Municipal da passada sexta-feira foi a primeira em que Domingos Silva se apresentou na qualidade de presidente da Câmara em exercício. Assim, Pedro Braga da Cruz iniciou os trabalhos com uma palavra de agradecimento a Salvador Malheiro pelo “comportamento democrático que revelou ao longo dos anos em que contribuiu para este fórum”. A primeira intervenção dentre os inscritos ficou a cargo de Mário Monteiro, a propósito da investigação do Ministério Público sobre o Esmoriztur e o Museu Oliveira Lopes, na sequência da denúncia anónima e consequente cobertura mediática. O agora dirigente do Chega Ovar dirigiu algumas perguntas a Domingos Silva e fez do seu discurso uma espécie de defesa de honra: “Falta de credibilidade é impedir funcionários e técnicos da Câmara de falar à imprensa. O que é que temem?”, começou por dizer. “Aconselho todos os presentes a ir ver os registos dos gastos no Museu Oliveira Lopes. De que vale oferecer a obra à empresa que faz o orçamento mais barato se depois há derrapagens de 20 e 30%? Depois o contribuinte paga.”, ironizou. De seguida, deixou no ar algumas questões para Domingos Silva no âmbito das reuniões com o empreiteiro da Binómio Elevado: “Se era um mero militante do partido, não era membro da Câmara nem era empreiteiro, o que é que estava a fazer nas reuniões e nos almoços? O vereador António Bebiano que diga a esta assembleia o que é que pediu ao empreiteiro num jantar em que eu estive presente, em Espinho. O compadrio é do conhecimento de todos, mas as pessoas têm medo de falar quando lhes colocam um microfone à frente.”, terminou. Domingos Silva, em resposta, optou por não fazer comentários nem responder às questões colocadas: “Não vou tecer grandes comentários. O lugar próprio para este assunto não é esta assembleia. O fórum indicado para isso é o tribunal. Vivemos num estado de Direito. Esta assembleia tem funções deliberativas, não judiciais.”

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