Teve início na passada quinta-feira, 5 de Setembro, no Tribunal de Espinho, a fase de julgamento do processo Operação Vórtex, resultante de uma investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, que envolve dois ex-presidentes da Câmara Municipal de Espinho, Miguel Reis e Joaquim Pinto Moreira, acusados de actos de corrupção no âmbito de licenciamentos de projectos urbanísticos. Os empresários Francisco Pessegueiro, Paulo Malafaia e o arquitecto João Rodrigues são outros arguidos do processo. No total estão constituídos oito arguidos e cinco empresas.
À chegada ao tribunal acompanhado pela esposa, o ex-autarca Miguel Reis falou à comunicação social mostrando-se tranquilo e confiante. “Acredito na justiça e acho que tudo se vai resolver brevemente.”, afirmou. “Espero que as coisas sejam relatadas conforme decorreram. Da minha parte estou 100% tranquilo.”; assegurou.
Também o ex-presidente da Câmara Municipal de Espinho, Joaquim Pinto Moreira declarou “recusar liminarmente os factos que lhe imputam. Agi sempre no interesse dos espinhenses, nunca olhei para os meus interesses pessoais”, afirmou. “Nunca recebi, exigi, pedi nenhum dinheiro, nem ao senhor Pessegueiro, nem a ninguém”, declarou o ex-autarca antes de entrar para o tribunal.
Na sessão da tarde de quinta-feira, Francisco Pessegueiro foi questionado pela procuradora do Ministério Público sobre quem era o “patrão a que se referia” numa mensagem enviada a Paulo Malafaia, em que dizia “Hoje, o patrão pediu adiantamento.” O empresário disse que se referia a Pinto Moreira, mas que este não lhe tinha pedido nada. “Eu fazia bluff para agilizar o negócio. A primeira vez que foi verdadeiro foi no final do ano de 2020.”, afirmou Francisco Pessegueiro. A procuradora questionou ainda Francisco Pessegueiro sobre uma conversa em que Paulo Malafaia lhe dizia “Quanto queres em bifes?” e que o empresário de Espinho lhe respondeu “50 kg”. O arguido Francisco Pessegueiro afirmou à procuradora que “eram mesmo bifes e carnes”.
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